segunda-feira, 5 de julho de 2010

Marcos Cesar usa a “pedagogia” da repressão !

Recentemente fomos informados “FRATERNALMENTE” de uma medida de “segurança” por parte do diretor acadêmico Marcos Cezar de Freitas que quer ser conhecido como diretor do “dialogo” e da “democracia”.
Esta medida nada democrática consiste em instaurar uma base permanente da PM próximo ao campus, na entrada do prédio do CEU que para nós é a Unidade 2 praticamente um anexo da universidade.

Esta intervenção uma vez que não dialoga com a comunidade acadêmica e com os moradores do bairro, se apresenta como forma de controle, fiscalização e repressão cotidiana, dificultando, assim, qualquer possibilidade de inclusão social dos moradores do bairro sobre tudo os jovens à universidade, além de significar maior vigilância e repressão sobre os estudantes, com o claro objetivo de dificultar a organização estudantil e a resistência dos movimentos sociais inibindo a articulação política tanto dos moradores como dos estudantes, vide Movimento Passe Livre e o próprio Movimento Estudantil que em vários lugares, como nas universidades paulistas, luta ao lado dos trabalhadores em uma aliança política em defesa da universidade pública.

É fato que existem desigualdades sociais em todas as regiões do país. Essas desigualdades se apresentam mais explicitamente em comunidades abandonadas a sua própria sorte, onde não há investimentos reais em educação, saúde, moradia, trabalho, cultura e lazer, a ausência destas necessidades básicas acaba dando margem a saídas “marginalizadas” como os que vem acontecendo na UNIFESP. Portanto, é fundamental pensarmos os problemas de “segurança” juntamente com a ausência dos fatores citados acima, principalmente o desemprego e ociosidade da juventude. A única saída que viável à maioria é a do combate às causas da marginalidade, a questão da segurança não pode ser desvinculada da desigualdade social. Temos que discutir sobre de que forma às instituições, principalmente as de ensino, devem buscar saídas alternativas. Saídas que interessam a juventude e aos trabalhadores, saídas que combata as causa dos problemas e não meramente seus efeitos. É fato também que nestas comunidades muitas vezes o único braço do Estado que chega é a POLÍCIA e esta por muitas vezes só serve para oprimir as camadas mais exploradas da sociedade. Dessa maneira a polícia também é tida como agentes de repressão do Estado que reprimi qualquer resistência estudantil e popular. Portanto, antes de tudo é necessário pensarmos que universidade queremos? Será que desejamos uma universidade que não atender os interesses sociais da base da sociedade, e que se comporta como colonizadora, que se apropria dos espaços comunitários sem ter nenhum envolvimento com seu meio, tomando medidas isoladas sem consultar de forma democrática e participativa os moradores e estudantes?.

Ou queremos de fato uma instituição que faça um diálogo constante interno e externo à universidade com o seu entorno, buscando saídas alternativas pensadas conjuntamente com a comunidade do bairro? Somente saídas unitárias podem de alguma forma contribuir para uma relação mais participativa e solidária entre os moradores da comunidade e universidade, e vice e versa!


Perguntamos ao senhor diretor porque ele não procurou os estudantes, os moradores e ou associação de bairro para discutir esta questão tão pertinente a ambas as partes, antes de sentar com a prefeitura e decidir pela polícia?
                                                                                        
Com a palavra o diretor: “quero informar que após entendimentos com a Secretaria Municipal de Educação de Guarulhos foi definida a instalação de um posto policial permanente na entrada do prédio que para nós é a Unidade 2, para a Prefeitura é o Projeto CEU. A previsão inicial de instalação é para a segunda quinzena deste mês de junho. Uma vez instalado o posto, para além do efetivo policial permanente que atuará no local, teremos condições legais para que uma viatura atue especificamente entre um prédio e outro”. (Email enviado 24 de Junho). Marcos Cesar, pedagogo vulgo demagogo, acredita piamente que pode fazer alguém pensar que existe democracia na universidade com informes de corredor e email. Esse diretor acadêmico não passa de mais um interventor da Reitoria. Chega de criminalizar os excluídos, esse diretor que se diz didático, se apresenta como exímio representante das camadas “superiores” da sociedade e opressor da periferia, já tão desgastada e espoliada pelo capitalismo.

Em outras universidades esse tipo de medida só serviu para aumentar a repressão à livre organização da comunidade universitária e para afastar a população do cotidiano da universidade. Não podemos permitir que medidas reacionárias como essa se naturalizem. É necessário que todos os setores na universidade se mobilizem contra essa medida. Temos que nos posicionar veementemente contra a construção dessa base policial nas imediações do campus e lutar para que a comunidade na qual a universidade está inserida seja integrada de fato.


Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história. Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada.

(Eduardo Alves da Costa)

domingo, 13 de junho de 2010

FORA RODAS

Trabalhadores da USP ocupam reitoria dando mais um exemplo de combatividade



Práxis – Socialismo ou Barbárie, 13 de junho de 2010

João Grandino Rodas mantém os processos administrativos e criminais contra funcionários e estudantes, demissão política do diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP), Claudionor Brandão, a implementação da Universidade Virtual de São Paulo (UNIVESP), que não passa de uma falsa ampliação do acesso a universidade. Esse Reitor biônico, juntamente com o Conselho de Reitores da USP (CREUSP), quebrou a isonomia salarial dos trabalhadores, oferecendo uma reposição salarial maior para os professores com o objetivo de quebrar a solidariedade entre as categorias. Como se não bastasse, recentemente cortou o salário de mil trabalhadores em uma tentativa perversa de enfraquecer a greve que conta com a adesão de 60% dos funcionários técnicos administrativos da universidade.

Rodas, a exemplo do aumento diferenciado, mantém firme a estratégia de dividir para governar, pois cortou o salário de mil trabalhadores que recebem as menores remunerações para tentar colocá-los contra o sindicato, uma tentativa de enfraquecer a mobilização e, conseqüentemente, derrotar a greve. Diante desse brutal ataque ao direito de organização e de greve na terça-feira, dia 8 de junho, os funcionários da Universidade de São Paulo com apoio dos setores mais combativos do Movimento Estudantil (ME) e de trabalhadores de outras categorias ocuparam o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo em uma demonstração de que não estão dispostos a capitular diante de mais um interventor de José Serra na Universidade de São Paulo.

A ocupação coloca o conflito em um patamar distinto. A necessidade de apoio agora se eleva ao cubo. Sendo assim, é necessário desenvolver todo tipo de solidariedade, ou seja, desde ampliar o fundo de greve, passando por ações que trabalhem para tirar o Movimento Estudantil da letargia, até uma campanha de apoio político mais geral.

Superar direção pelega para que o movimento estudantil entre em cena

Não é verdade que os estudantes da universidade de São Paulo não estão dispostos a lutar por sua pauta de reivindicações e em solidariedade aos funcionários em greve. Diante do déficit anual de mais de 800 moradias e da gestão burocrática e policial da Coordenadoria de Assistência Social (COSEAS), que persegue e controla a vida pessoal dos moradores, os estudantes ocuparam uma instalação que originalmente era utilizada para fins de moradia e que se tornou prédio administrativo da COSEAS.

E mais, com o Restaurante Universitário fechado pela greve os alimentos eram distribuídos aos estudantes pela Associação dos Moradores do Conjunto Residencial da USP (AMORCRUSP). Rodas, dentro de sua estratégia de dividir para governar e tentar derrotar o movimento por asfixia cortou o fornecimento de alimentos aos estudantes alegando que se os funcionários estavam em greve, portanto não poderiam continuar distribuindo alimentos aos estudantes. Há uma semana sem alimentação não restou aos estudantes outra atitude: em uma ação legítima o restaurante - sem o apoio do DCE e do PSTU, evidentemente - foi ocupado para garantir aos estudantes moradores alimentação para a próxima semana.

Outro exemplo são os estudantes de São Carlos que ocupam a diretoria do campus em defesa da autonomia de gestão da moradia estudantil. Também vale lembrar o caso dos estudantes da UNESP de Marília que estão ocupados na diretoria do campus. No caso da Cidade Universitária a aparente passividade da maioria dos estudantes se deve principalmente à política que o DCE (dirigido pelo PSOL) e do PSTU, pois essas organizações além de não apoiarem essas iniciativas dos estudantes passaram boa parte do semestre se dedicando em convencer os estudantes de que era possível uma linha de negociação com Rodas.

Na última assembléia dos estudantes, dia 9 de junho, a direção do DCE simplesmente se retirou da assembléia alegando falta de quorum para que a assembléia se realizasse. Ou seja, um dia após a ocupação da reitoria com os trabalhadores precisando de todo apoio possível e com os estudantes sem alimentação essa burocracia mirim para tentar manter os estudantes na passividade simplesmente se retira de cena. O DCE/PSOL uma vez fora da assembléia coube ao PSTU o trabalho sujo de se dedicar, durante toda a assembléia, a questionar a legitimidade da mesma, não fez sequer uma intervenção ou proposta no sentido de encontrar meios ou pontos de apoio para mobilizar os estudantes. O que só demonstra a falência política desse setor que, por razões de anacronismos teóricos, super-estruturação e adaptações políticas, não está à altura dos desafios concretos da luta de classes.

Apesar de não contar com um número suficiente de participantes e da mobilização necessária para se decretar uma greve a assembléia cumpriu um papel decisivo. Pois, ao votar a consigna de “Fora Rodas” e a incorporação dos estudantes na ocupação possibilita que o dialogo com o conjunto dos estudantes com o objetivo de mobilizá-los o mais amplamente se de em um patamar superior.

A proposta de incorporar os estudantes foi aprovada durante a assembléia apesar da abstenção dos estudantes da LER-QI e dos estudantes do MNN que argumentaram que essa era uma “votação formal”, pois a “reitoria já se encontrava ocupada”. Desculpa esfarrapada, pois todos sabem o quão é importante obter uma posição política de integração dos estudantes à luta dos trabalhadores. Essa posição esta fundamentada no medo de que uma vez que os estudantes ocupem de fato a reitoria outras demandas mais gerais fossem colocadas como condição para que o fim da ocupação. Ou seja, uma posição que pretende estabelecer limites ao movimento e condicionar de antemão os seus resultados, evitando o “risco” de que com a participação massiva dos estudantes o conflito ganhe uma dimensão mais ampla e radical.

A hipótese de uma greve prolongada não está descartada, o que coloca para os estudantes o desafio de participar diretamente na ocupação, além de outras iniciativas que superem, na prática, a atual direção do DCE. Dissolvendo, assim, todas as ilusões de que os problemas podem ser resolvidos sem o enfrentamento direto à política educacional privatista e repressiva que interessa a classe dominante paulista representada por Rodas na USP.


TODO APOIO A OCUPAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS E ESTUDANTES

PELO ATENDIMENTO IMEDIATO A TODAS AS REIVINDICAÇÕES

FORA RODAS.











terça-feira, 25 de maio de 2010

O ATO CONTRA OS ASSASSINATOS EM HONDURAS SERÁ NO DIA 11 DE JUNHO ÀS 10 HORAS EM FRENTE DA EMBAIXADA DE HONDURAS

À todas organizações e militantes comprometidos com a transformação social



Em virtude das atenções dispendidas à procesos importantes da luta de classes, como a greve dos Funcionários da Universidade de São Paulo, e a outras mobilizações de grande importancia, e do calendário do Congresso de Unificação entre CONLUTAS, INTERSINDICAL e outras organizações, estamos remarcando a data para o Ato de entrega do abaixo-assinado para o dia 11 de junho às 10 horas em frente à embaixada de Honduaras.

Aproveitamos para relembrar que após uma heróica resistência do povo trabalhador hondurenho uma eleição fraudulente, realizada sob um golpe de estado, colocou no poder Pepe Lobo. A eleição não fez a situação política em Honduras voltar à “normalidade”, pois, apesar do refluxo do movimento pós-eleições e da capitulação de alguns setores, as “marchas” continuam acontecendo sobre forte repressão. Uma onda de assassinatos politicos vem ocorrendo no país, uma série de crimes tem como objetivo esmagar totalmente a resistência para que novos ataques às condições de vida do povo Hondurenho sejam possíveis.

Os ataques são direcionados aos líderes da resistência hondurenha, trabalhadores, estudantes, que quando não assassinados, são sequestrados e ameaçados. Se faz necessária uma resposta da classe trabalhadora e dos movimentos socias frente ao que vem ocorrendo em Honduras. Dessa forma, estamos realizamos uma campanha de repúdio aos crimes que vem ocorrendo em Honduras. Esta campanha faz parte de um chamado internacional que tem como objetivo exigir que os culpados sejam responsabilizados, tanto seus executores como os mandantes.

Por essa dramática situação vivida pelo povo trabalhador de Honduras e por suas organizações e lideranças que estão sendo diretamente atacadas, contamos com a contribuição de todos na coleta de assinaturas e no ato de entrega.

Inclusive assinando e repassando o abaixo-assinado online que amplia a campanha.


Saudações Socialistas



Práxis – Socialismo ou Barbárie

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Campanha contra os assassinatos em Honduras

Basta de assassinatos políticos em Honduras

O movimento social em Honduras, que vem protagonizando na última década importantes lutas contra o crescente empobrecimento e exploração, pressionava o governo de Zelaya à mudanças económicas e políticas. A possiblidade de questionar minimamente as condições de exploração em Honduras provocou o golpe de estado apoiado por todas alas da classe dominante. Dessa forma, o golpe de Estado teve como principal objetivo conter a onda de lutas dos trabalhadores hondurenhos por reformas sociais. Após uma heróica resistência do povo trabalhador hondurenho - que durou meses mas que esbarrou nos limites da direção de Zelaya -, uma eleição fraudulente, realizada sob um golpe de estado, colocou no poder Pepe Lobo. A eleição não fez a situação política em Honduras voltar à “normalidade”, pois, apesar do refluxo do movimento pós-eleições e da capitulação de alguns setores, as “marchas” continuam acontecendo sobre forte repressão. Uma onda de assassinatos politicos vem ocorrendo no país, uma série de crimes tem como objetivo esmagar totalmente a resistência para que novos ataques às condições de vida do povo Hondurenho sejam possíveis. De certa forma, Honduras vive uma situação parecida com as ditaduras que ocorreram em toda América Latina durante o período da chamada Guerra Fria.

Esses assassinatos demonstram o caráter altamente repressivo do novo governo. Os ataques são direcionados aos líderes da resistência hondurenha, trabalhadores, estudantes, que quando não assassinados, são sequestrados e ameaçados. Tudo isso vem acontecendo impunimente uma vez que não há uma investigação dos culpados desses crimes. Se faz necessária uma resposta da classe trabalhadora e dos movimentos socias frente ao que vem ocorrendo em Honduras. Dessa forma, estamos realizamos uma campanha de repúdio aos crimes que vem ocorrendo em Honduras. Esta campanha faz parte de um chamado internacional que tem como objetivo exigir que os culpados sejam responsabilizados, tanto seus executores como os mandantes. Como parte dessa campanha contra os assassinatos recorrentes será realizado um ato politico em frente à embaixada de Honduras no Brasil seguido da entrega de um abaixo-assinado. Solicitamos ampla participação de todas e todos.

O ato acontecerá dia 28/05 às 10h00.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

TRABALHAR MENOS PARA TRABALHAR TODOS

                         

POR UMA CAMPANHA NACIONAL PELA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

           SIGNIFICADO HISTÓRICO DO PRIMEIRO DE MAIO

A exatos 121 anos foi instituído O Dia Mundial do Trabalho criado em 1889, em um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi tirada em homenagem à grande greve geral que ocorreu em 1º de maio de 1886 em Chicago (EUA) onde trabalhadores absurdamente precarizados reivindicaram melhores condições de trabalho e a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 diárias. Mas a repressão ao movimento grevista foi dura: ocasionando prisões, feridos e muitos mortos entre eles os chamados mártires de Chicago presos e executados pela policia.

                                                                           
Quebrando os grilhões


PRIMEIRO DE MAIO NO BRASIL
A primeira celebração datada no Brasil foi em Santos, em 1895, a data foi consolidada como o Dia dos Trabalhadores em 1925, por pressão popular, e o presidente Artur Bernardes que por um decreto acabou instituindo o 1º de maio como feriado nacional. Desde então, comícios, pequenas passeatas, festas comemorativas, piqueniques, shows, desfiles e apresentações teatrais ocorrem por todo o país. Mas o primeiro de Maio realmente que representa os trabalhadores é escrito cotidianamente na luta de classes e fortalecido a cada ano. No Brasil, este ano como não poderia deixar de ser, as comemorações do 1º de maio além de várias outras demandas estará também relacionado à luta pela redução da jornada de trabalho. Isso se dá no marco da crise econômica, que ainda não terminou e está gerando novos ataques as condições de vida dos trabalhadores, e que portanto deve ser respondida com campanhas que mobilizem os trabalhadores em nível nacional.                                         

REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO JÁ
A questão da redução da jornada de trabalho merece toda a nossa atenção. O problema é que esse tema está sendo levado a cabo pelas centrais governistas que defendem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas.
CONLUTAS (central da qual nos reivindicamos) e a Intersindical a até o momento não estão desenvolvendo uma campanha alternativa ao encaminhamento que as centrais governistas vêm dando a esse tema tão importante para os trabalhadores. Uma solução que interesse verdadeiramente aos trabalhadores passa pela redução da jornada de trabalho de forma permanente até que todos estejam empregados. Defendemos que a jornada de trabalho deve ser reduzida para 30 horas semanais e novas reduções deveriam ser feitas até o fim do desemprego (mecanismo conhecido como escala móvel da jornada de trabalho). A luta pela redução da jornada de trabalho deve ser seguida da luta contra as terceirizações, contra a precarização e intensificação da jornada de trabalho.
                                              
SÁLÁRIO MÍNIMO DO DIEESE A TODOS OS TRABALHADORES
Acompanhado da luta pela reforma agrária e urbana radical sob controle dos trabalhadores das pautas especificas para as mais gerais como o não pagamento da dívida externa e interna e pela ampliação de verbas públicas para saúde e educação ofensiva dos trabalhadores passa, também, pelo campo político mais geral. Essas propostas devem ser iniciada pela organização autônoma no interior de todas fábricas através da criação de Comissões de Fábricas independentes e democráticas.


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Tragédia no Rio de Janeiro:


ENCHENTES REVELAM PROFUNDAS DESIGUALDADES SOCIAIS

Práxis - Socialismo ou Barbárie

O que têm ocorrido na região metropolitana do Rio de Janeiro é uma combinação histórica e perigosa da falta de investimentos públicos em moradia, juntamente com a necessidade - im-posta pelo capitalismo - dos excluídos habitarem em condições extremamente precárias e em áreas impróprias, o que ocasionou uma tragédia de dimensões assombrosas, com mais de 227 vítimas fatais e mais de 52 mil pessoas desabrigadas e desalojadas, evidenciando que a “cidade ma-ravilhosa” não possui tantas maravilhas para os trabalhadores super explorados e excluídos pelo modo capitalista (1) .

No município do Rio de Janeiro são 65 vítimas fatais, 28 delas no Morro dos Prazeres. Na cidade de São Gonçalo o número de mortos chega a 16. O Corpo de Bombeiro especula que existam cerca de 150 pessoas soterradas pelo deslizamento do Morro do Bumba com poucas possibilidades de sobreviventes. De acordo com a Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, os deslizamentos que ocorreram no Estado afetaram principalmente Niterói (cidade da Baixada Fluminense) com 140 vítimas fatais, 31 mortos só no Morro do Bumba (antigo lixão desativado). O caos maior se encontra em Niterói onde a população esta totalmente abandonada.

A cidade está em colapso. Para se ter uma idéia o maior hospital da região o hospital Azevedo Lima, o único em que o setor de Emergência funciona, não tem mais leitos disponíveis, a segunda opção da região o Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense, está com as portas do pronto-socorro fechadas há três anos e, para piorar, o Instituto Médico Legal de Niterói está fora de atividade há dois anos (2) . Moradores do Morro do Céu, que ocuparam uma região de aterro, ainda correm risco com possibilidade de deslizamentos de terra. Os moradores desse morro denunciam já há algum tempo que suas casas estão afundando e que a prefeitura de Niterói não presta nenhum auxilio e nenhum projeto; sequer foi apresentado para atender estas pessoas que são em sua maioria famílias extremamente carentes e sem emprego.

As enchentes e alagamentos já se tornaram comuns nas grandes cidades. Isso se deve por vários fatores, tais como: à impermeabilização generalizada do solo, pelo uso de asfalto em praticamente todas as vias, o desmatamento dos morros pela falta de políticas de moradia que atendam as necessidades da massa de trabalhadores que são obrigados a se espremerem nos grandes centros urbanos para sobreviver. Esse complexo de problemas vem sendo agravado pelo Aquecimento Global – fator socioeconômico – que se combinado com o fenômeno do aquecimento das correntes marítimas (El Ninõ) no oceano Atlântico, provocando fortes chuvas.

Entretanto, a tragédia que acomete a população trabalhadora que ocupa os morros da baixada fluminense não é causada por fatores climático-naturais como querem sugerir o presidente Lula (PT) e o governador do Estado do Rio de Janeiro Sergio Cabral (PMDB), mas por faltas de políticas públicas capazes de atender a população que não tem onde morar. O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), cinicamente afirmou que se a meteorologia tivesse avisado com mais antecedência sobre as chuvas o caos poderia ter sido menor na cidade. Esta é uma grande falácia, pois todos sabem que estamos em uma época do ano onde as chuvas são mais intensas e, obviamente, se o poder público não intervém para solucionar os enormes problemas infra-estruturais ligados à moradia, os mais atingidos são àqueles que estão em área de risco. A grande burguesia e o governo querem culpar as vítimas, em uma tentativa de amenizar sua responsabilidade, dizendo que essa é uma tragédia natural, mentindo descaradamente, principalmente porque estamos em ano eleitoral e o fato pode comprometer muitas aspirações. Os representantes da elite atuam, mesmo diante das grandes tragédias humanas, com grande cinismo, pois sua prioridade não é atender às massas operárias super exploradas; atuam para resguardar verbas públicas ao pagamento das absurdas dívidas públicas dos Estados, causadas pela especulação e pelas políticas de juros; priorizam obras que não favorecem o transporte público, saneamento básico, moradias, educação para, evidentemente, favorecer as grandes empreiteiras, montadoras de automóveis e banqueiros.

O fato é que há muito não há investimentos na área de moradia popular do Estado, prova disso é que a tragédia não atingiu na mesma proporção quem mora na zona central do Rio e os que moram nas encostas. Neste sentido, culpar a meteorologia, o tempo, as chuvas e as vitimas, além de ser uma grande mentira não se sustenta, pois não tem base na realidade. Mais do que um desastre ambiental é um desastre socioeconômico, pois aqueles que não possuem condições econômicas são os primeiros e mais prejudicados. Querem nos convencer que essas pessoas moram nos morros/aterros por livre e espontânea vontade, como se tivessem escolha, ou que trocaram uma casa segura no Leblon para morar nas encostas, colocando em risco suas vidas e de seus familiares, por puro extinto de aventura. O que assistimos, nestas últimas semanas no Estado do Rio, foi um retrato da total irresponsabilidade e descaso dos órgãos públicos ao longo dos tempos, que permaneceram inertes ao grande êxodo rural da primeira metade do século XX. Deixemos claro que o problema não são as chuvas em si - como querem os demagogos governistas nos fazer acreditar - mas sim a falta de planejamento habitacional para os trabalhadores. Sendo assim, a equação só poderia resultar nesta tragédia que abalou e denunciou a precariedade do Estado Fluminense.

A solução para a grave situação passa pela mudança radical de toda política orçamentária no estado do Rio de Janeiro, onde todo o investimento que seria destinado para o pagamento da divida do estado com capital financeiro, assim como as cifras exorbitantes previstas para investimento da realização da Copa do Mundo, a qual o está previsto que será sediada no Rio de janeiro, seja viabilizado para o atendimento emergencial às famílias desabrigadas e, posteriormente, para a construção de infra-estrutura e moradias regulares para todos. Sabemos que isto de forma alguma será realizado sem uma forte pressão popular. Sendo assim, propomos uma ampla campanha realizada por todo o movimento social (movimento operário, juventude, transporte, moradia etc.) e organizações políticas comprometidas com os interesses dos trabalhadores para a construção de uma jornada de lutas para impor essas e outras medidas ao poder público.

 
 
 
 Notas:
1-Totais de mortos no estado do Rio até esta publicação totalizam mais da metade de vitimas fatais no terremoto assombroso do Chile.

2-Estado de São Paulo, 10/04/2010

sábado, 3 de abril de 2010

PARA DERROTAR SERRA E SEU PROJETO DE PRIVATIZADÃO DA ESCOLA PÚBLICA:

                             TODO APOIO À GREVE DOS PROFESSORES

A menos de uma semana após a Assembléia no Palácio dos Bandeirantes, onde os professores e estudantes protagonizaram uma heróica resistência diante dos ataques da Tropa de Choque de José Serra, mais uma vez o governo montou uma praça de guerra para tentar intimidar os professores. Mesmo a direção do sindicato tendo feito um acordo com a PM para não ocupar a paulista, os professores furaram o bloqueio montado pela PM tomando mais uma vez as duas pistas da Paulista antes do início da passeata até a Praça da República (sede da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo). Em Assembléia foi decidido, por unanimidade, dar continuidade à greve. A próxima assembléia ocorrerá no dia 8 de abril na Avenida Paulista e seguirá novamente até a Praça da Republica. Como o governo se recusa abrir negociações, foi aprovado de forma difusa permanecer na praça até que o governo atenda as reivindicações.

A greve dos professores pelos atores envolvidos e pela repercussão que terá no cenário político regional e nacional requer a maior atenção de todos setores organizados da classe trabalhadora. Como já afirmamos anteriormente a direção do sindicato, que é dirigido pela Articulação (corrente política de Lula que dirige o PT e a CUT) apesar de dirigir a ampla maioria dos sindicatos no Brasil, ainda não moveu uma palha para mobilizar os demais setores em apoio a essa greve fundamental.

A direção do sindicato dos professores vive um grande dilema, pois, apesar de interessada no desgaste de José Serra (concorrente direto de Dilma, candidata de Lula), sua posição política é um entrave, que deve ser superado, para que a luta contra Serra possa desenvolver todas as suas possibilidades. Isso porque, de um lado, as políticas educacionais do Estado de São Paulo estão em total consonância com as do governo Lula (Reforma do Ensino médio com objetivo de tirar do currículo disciplinas fundamentais para o conhecimento, sistema de avaliação externa que visa classificar e punir professores, destruição da carreira docente, financiamento educacional submetido às metas de superávit primários com vistas a reduzir investimentos no setor), o que não permite, a esse setor, uma crítica contundente à política educacional de Serra, pois significaria criticar as políticas levadas a cabo em âmbito nacional por Lula.

Outro aspecto é que essa luta para ter chances de vitória requer uma mobilização que conte com o apoio efetivo de outras categorias organizadas. Nesse conflito o governo Serra conta com o apoio das principais forças burguesas do Estado, basta verificar a linha editorial dos principais meios de comunicação sobre a greve para se verificar quão mentirosa e oportunista são os meios de comunicação que representam a classe dominante.



MOBILIZAR A JUVENTUDE E A CLASSE A TRABALHADORE EM DEFESA DOS PROFESSORES DA ESCOLA PÚBLICA

Essa direção burocrática do sindicato teme mais a unificação dos trabalhadores pela base do que a derrota para Serra o que significaria mais disputas políticas e exigências da base do movimento. Portanto, não dá passos concretos para mobilizar efetivamente as categorias que dirige em apoio à greve dos professores. É dentro desse cenário que as alternativas classistas dos trabalhadores, como a CONLUTAS, devem apresentar políticas e posturas de mobilização que superem os limites da burocracia lulista. Nesse sentido, é necessário realizar uma verdadeira campanha nacional em defesa dos professores e de suas reivindicações. Uma ampla campanha de esclarecimento deve contar, também, com ações de rua, como passeatas, bloqueios, assembléias, atos nas cidades etc. Outras iniciativas solidárias como coleta de fundos de greve são decisivas nesse momento.

Em boletim anterior defendemos a realização de um acampamento em frente à Secretaria da Educação com meio político-organizativo para dar visibilidade ao movimento grevista. A proposta, aprovada na assembléia, de permanecer em frente à Secretaria da Educação deve ser tratada com a seriedade e conseqüência que merece, pois, mesmo com a saída de Serra do governo devido ao prazo legal para realizar sua campanha eleitoral, a estratégia do governo de quebrar a resistência do magistério para continuar aprofundando os ataques à educação pública permanece. Assim, a proposta aprovada para fazer o governo recuar deve ser levada à sua radicalidade. O movimento estudantil combativo que já vem desempenhando um papel fundamental nessa luta pode contribuir de maneira ainda mais decisiva para fazer a luta dos professores chegar ao conjunto da classe trabalhadora através de panfletagens nas fábricas, da mobilização de colunas cada vez maiores de estudantes nas assembléias e demais ações. Para que isso se efetive de forma massiva é necessário abrir um amplo debate no interior das universidades e com os alunos da escola pública. Não há mais lugar para a rotina. Assim, convocar assembléia em todas universidade para discutir o significado dessa luta e como apoiar efetivamente as ações dos professores é fundamental.